sexta-feira, 11 de março de 2011

Secretaria de Direitos Humanos lança selo contra homofobia

O primeiro selo Brasil Território Livre da Homofobia, que pretende divulgar o serviço Disque 100 de denúncias de violência homofóbica, foi lançado e colado na tarde de sábado (19) na Avenida Paulista, em São Paulo. O selo foi lançado na Casa das Rosas pela ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, com a participação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) e do secretário de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo, José Gregory.



Segundo a ministra, é importante que as pessoas não tenham medo de denunciar um ato violento contra os homossexuais. “Quem ligar para o Disque 100 será atendido por um grupo altamente qualificado e não necessariamente precisará dizer o seu nome. O mais importante para fazer com que as pessoas estejam fortes, para fazer a denúncia, é que elas percebam que aquilo que elas denunciam é levado adiante, e que a impunidade não permanecerá, que os crimes homofóbicos serão trabalhados, julgados e responsabilizados”, afirmou.



Além de divulgar o telefone de denúncia contra a violação dos direitos humanos, o selo também servirá para que se faça um levantamento sobre os casos de violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, que servirá para a implantação de políticas públicas voltadas para essa população.




“Queremos ter uma visão nacional sobre essa situação da homofobia, porque há muitas discriminações e muita violência e, disponibilizando o número 100, sete dias por semana, 24 horas por dia, gratuito, e para todo o Brasil. Vamos ter, pela primeira vez, uma amostragem do que significa a situação da homofobia em todo o território nacional”, disse.




Segundo a secretaria dos Direitos Humanos, entre os dias 6 de dezembro de 2010 e 16 de fevereiro deste ano, quando o Disque 100 funcionou apenas experimentalmente, foram recebidas 343 denúncias de violência, 17% delas eram relatos de violência física.



Já um levantamento feito pela organização Grupo Gay da Bahia (GGB) em jornais e na internet, e que estampou faixas que foram penduradas em várias pessoas presentes ao lançamento do selo, mostra que entre os anos de 1969 e 2010 ocorreram 494 homicídios motivados pelo preconceito contra homossexuais. Só em 2010, foram noticiadas 24 mortes.



Durante o lançamento do selo, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Tony Reis, também falou da importância de que seja aprovado, no Congresso, o Projeto de Lei 122, que pune os crimes homofóbicos.



“Temos um adversário comum, que são os religiosos fundamentalistas. Precisamos ter um diálogo com os religiosos e dizer que não queremos privilégio nenhum, não queremos destruir a família de ninguém. Queremos construir a nossa”, disse Reis.



Segundo a senadora Marta Suplicy, apesar de o Congresso Nacional, hoje, ter uma grande bancada religiosa, a lei deve passar. “Não temos que convencer ninguém que tem um dogma, e que temos que respeitar. Temos é que falar com os deputados e senadores que concordam, mas que têm medo do eleitor. Esses são os que temos que convencer”, disse a senadora.



Segundo ela, o Legislativo precisa vencer o seu atraso perante a sociedade com relação a esse tema. “Não podemos esquecer que quem caminhou foi a área da Justiça e a sociedade civil. Quem se acovardou foi o Legislativo”, completou.




Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/sociedade-4/secretaria-de-direitos-humanos-lanca-selo-contra-homofobia-44121.html

Homossexualidade ajuda a moldar evolução


Relações homossexuais são quase universais no reino animal e podem ser agentes importantes de mudança evolutiva, afirma uma dupla de pesquisadores dos EUA. No entanto, eles alertam que os zoólogos podem estar rotulando de “homossexualismo” uma série de comportamentos diferentes.


O estudo, publicado hoje no periódico “Trends in Ecology and Evolution”, é uma revisão das pesquisas já feitas sobre relações homossexuais animais.



Essa área ganhou grande atenção do público após 1999, quando o zoólogo Bruce Baghemil publicou o livro “Biological Exuberance”, documentando homossexualismo em mais de 400 espécies. Há milhares de exemplos na literatura.



Que machos gostem de fazer sexo com machos e fêmeas com fêmeas é um enigma evolutivo. Afinal, um gene gay (ou vários genes) seria eliminado, pois à primeira vista ele não ajuda a espécie a se perpetuar. “A grande questão é como explicar qual é o sentido evolutivo”, diz César Ades, etólogo (especialista em comportamento animal) da USP (Universidade de São Paulo).


Qual é, então, a vantagem da homossexualidade para os animais? Os autores do novo estudo, Nathan Bailey e Marlene Zuk, da Universidade da Califórnia em Riverside, dão um exemplo. Veja as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do Havaí.


Essas aves se unem em casais lésbicos que às vezes duram a vida inteira para criar os filhotes, especialmente quando há escassez de machos. Até um terço dos casais da espécie são formados por fêmeas. O resultado é que elas têm mais sucesso do que fêmeas “solteiras” na criação dos filhotes. O comportamento homossexual, portanto, muda a dinâmica da população –e pode ter consequências evolutivas importantes.
A conclusão do estudo é que não existe apenas uma vantagem universal. Ao contrário, a homossexualidade ajudou as espécies de diferentes formas ao longo da evolução. O nome designa, então, vários fenômenos diferentes, com motivações distintas.


Humanos


Por isso, é complicado transpor essas conclusões para humanos. “Existe homossexualidade numa variedade grande de animais: moscas, lagartos, golfinhos. Qual animal tomar como medida para comparar conosco?”, diz Ades.


Entre os animais, os mais próximos de nós são os bonobos. As fêmeas dessa espécie de chimpanzé são vistas frequentemente se relacionando sexualmente – e não raro atingem o orgasmo dessa maneira. Alguns machos se beijam e praticam sexo oral uns nos outros.


É mais difícil entender as causas do homossexualismo em primatas, especialmente em humanos. A quantidade de fatores envolvidos é muito maior. Ao contrário do que acontece com os peixes-mexerica, por exemplo, não se trata de algo simples como não saber diferenciar machos e fêmeas.


Algumas coisas, entretanto, se sabe. Estudos com gêmeos mostram que existe uma tendência hereditária a ser gay ou lésbica. Mas esses trabalhos não conseguem mostrar quais os mecanismos por trás disso.



Além disso, comportamento homossexual é diferente de orientação sexual. Foram encontradas boas explicações para o primeiro item no reino animal, mas ainda é complicado entender quais as vantagens evolutivas que se pode ter simplesmente nunca se relacionando com seres do outro sexo.





Matéria em http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u582219.shtml.








Dave Navarro: carta aberta para adolescentes LGBT



O guitarrista da banda JANE'S ADDICTION, Dave Navarro, escreveu uma carta aberta para adolescentes gays, bissexuais e afins que sofrem bullying, os estimulando a buscar aconselhamento antes de desistirem e decidirem cometer suicídio.



Em uma carta aberta postada em seu website, Navarro escreve:


Ok, pessoal, o negócio é o seguinte:


Eu não posso imaginar como é crescer num ambiente de mente fechada e ser gay, bissexual ou transgênero. Não acredito que nenhum de nós que não o é pode sequer imaginar. A força e o caráter que se precisa para se manter honesto consigo mesmo num ambiente tão intolerante são qualidades que a maior parte do mundo necessita... É triste, mas é verdade. É exatamente assim no momento. De qualquer forma, é essa mesma força e caráter que dão ao mundo esperança para um novo modo de pensar e aceitar as coisas no futuro, e quando uma de nossas crianças desiste e se entrega, não é só uma tragédia, mas uma vitória para aqueles que temem a diversidade.

NÃO DEIXE ELES VENCEREM!

Eu sei o quão opressivos os sentimentos podem ser e o quão pequena a realidade pode parecer, mas o ponto principal é que isso não é mais do que uma gota num balde comparado à magnitude da vida. Você pode passar por isso.

O ensino médio é cheio de opressores e ódio baseado em medo, assim como o mundo.

Com qualquer grupo de pessoas vem um percentual de pessoas que simplesmente não entendem, e provavelmente nunca vão entender. E está tudo bem. Todos nós lidamos com isso até certo ponto. A verdade é que no ensino médio, você está meio que preso num grupo do qual você é parte até a formatura, mas confie em mim... Você pode escolher com quem você se relaciona e existem várias pessoas com a mente como a sua pelo mundo que são compreensivas, acolhedoras e amorosas. Às vezes só precisamos agüentar mais um pouco para conhece-las.

A verdade dura e triste é que uma vez que se escolhe o suicídio, é isso. Não existe volta. Claro, existe uma comoção pública e TALVEZ seus opressores sintam remorso por um tempo, mas tudo passa, a vida segue, os opressores deixam que a memória se apague e seguem com suas vidas. Eles aprendem a rir, a amar, atingem suas metas e em muitos casos acabam tendo uma vida produtiva e completa. Quem perde? Você perde! Sua família perde! Seus amigos perdem! Outros adolescentes que precisam de apoio nessa área perdem! É isso mesmo... todos nós perdemos! Agora o mundo tem uma mente aberta e diferente e única e sensível a menos. Ao invés disso, nós herdamos os opressores, o medo, o oposto... Nosso mundo tem uma alma a menos pra o ajudar a evoluir para um novo nível de esclarecimento.

Pessoalmente, eu vi muita escuridão e tragédia que pareciam intransponíveis. O assassinato da minha mãe, minha batalha contra o vício em drogas, a perda de amigos e familiares. Depressão e desespero profundos. É claro que a idéia de suicídio passou pela minha cabeça uma ou duas vezes.

Me deixe compartilhar isso. GRAÇAS A DEUS eu nunca tomei essa atitude. Os amigos que fiz, as experiências que tive, os risos que compartilhei, eu teria perdido tudo isso. Em retrospecto, alguns de meus momentos mais obscuros agora parecem tão pequenos e insignificantes que eu me surpreendo por ter dado tanta importância a eles na época. Eu até sou capaz de rir deles agora.

Quando penso nos tempos em que considerei acabar com tudo, acabo dizendo pra mim mesmo, 'o que eu estava pensando?'

Para aqueles de vocês que estão considerando tomar tal caminho, por favor, nos façam um favor. Procure aconselhamento primeiro. Encontre uma rede de pessoas que tenha passado pelo que você está passando. Ajude outros que estão em situação ainda pior que a sua. Estou certo de que você pode encontrar paz.

Como você sabe, nossa sociedade e clima político são TÃO dividos agora. Nós precisamos da sua voz. O mundo todo precisa da sua completa existência para aceitar a si mesmo e onde estamos indo como planeta e espécie.