quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Opinião pessoal x direitos humanos: o que é mais importante sobre diversidade sexual?"




Caros Visitantes:

O tema mais votado para uma conversa no nosso blog, com 28% dos votos, foi "Opinião pessoal x direitos humanos: o que é mais importante sobre diversidade sexual?"

Essa nossa conversa será feita através de comentários neste post. Sejam bem-vindos para a construção desse conhecimento.

PERGUNTAS:

  • "Opinião pessoal x direitos humanos: o que é mais importante sobre diversidade sexual?"

  • Há limites para a liberdade de expressão?


4 comentários:

  1. Quanto à segunda pergunta, deve haver um limite à liberdade de expressão. Sabia que é proibido escrever algo que questione a unidade territorial brasileira? Grupos separatistas são pesadamente punidos, e isso nem sai na mídia. Agora imaginem se um branco saísse na rua chamando negros de "pretinhos". Se não linxado, provável que seria acusado de racismo. Chamar algum portador de sindrome de Down de retardado é sanção na certa: se não da lei, provavelmente da sociedade.

    O mesmo deveria acontecer com a homofobia, mas por questões culturais as pessoas ainda vêem opção sexual como uma questão de doença ou desvio. Esta opinião foi profundamente incutida em nosso convívio pela religião (no caso, o catolicismo e o protestantismo), que condenam o prazer, vêem o sexo única e exclusivamente como meio de reprodução e as relações homossexuais como aberrações.

    Mas basta olhar para o passado que veremos um cenário amplamente diferente: Alexandre, O Grande tinha muitos amantes, e esse amor era visto como autêntico pela sociedade grega, uma vez que o amor entre homens era visto como "entre iguais", enquanto o amor entre um homem e uma mulher era com o objetivo da procriação.

    Então eu faço uma ligação entre a liberdade de expressão e a questão dos direitos humanos: devemos ter liberdade de expressão, pois não tê-la é o início de uma ditadura - e acho que já tivemos más experiências demais nesse sentido. Portanto, o trabalho que deve ser feito na sociedade não é de proibir, mas de educar.

    Os Direitos Humanos chegaram em pleno pós-Segunda Guerra Mundial, num momento crucial para os países tomarem atitudes em busca de uma vida melhor para seu povo. Naquela época eles eram utópicos, e continuam até hoje. Só é necessário falar da igualdade entre duas coisas quando experimentamos muito mais as diferenças. Assim, os direitos humanos continuam como uma meta a ser alcançada, e deve começar na educação básica. É educando as crianças que faremos um futuro mais justo e igual.

    ResponderExcluir
  2. Acredito que devem existir limites a liberdade de expressão e assim os sistemas jurídicos contemporâneos e democráticos têm tratado a questão. Não posso usar minha liberdade de expressão para ofender; humilhar; discriminar; injuriar; caluniar...
    Todo direito implica em uma responsabilidade e um dever correspondente.
    O respeito a liberdade de opinião é um direito humano fundamental mas encontra como limite o direito de outra pessoa ou pessoas; grupos sociais, étnicos, etc.
    grande abraço a todos e todas
    Jose Luiz

    ResponderExcluir
  3. Acredito que todo direito implica em um dever correspondente. Não há liberdade sem limites. O direito a liberdade de expressão encontra limite na liberdade do outro (ou outros). Não se pode usar a liberdade de expressão para caluniar; difamar; injuriar; humilhar; discriminar...
    A liberdade de opinião é um direito humano fundamental mas como todo direito deve ter limite e este limite é o direito do outro (outros)
    grande abraço a todos e todas.
    Jose Luiz

    ResponderExcluir
  4. Caro Prof. José Luis Quadros:

    Bem-vindo ao nosso blog e obrigada pelo comentário.

    Este tema é polêmico mesmo porque, uma vez que o direito de expressar a própria opinião é previsto na CF e na Declaração Universal de Direitos Humanos, muitas pessoas acham que podem falar o que querem e bem entendem: defender a tortura, defender a homofobia, defender o extermínio de menores de rua, defender a violência policial... Então, é muito importante mesmo saber que há limites dentro de uma democracia também, que bom que o senhor deixou isso claro para a gente aqui no blog. Vlw.




    Caro Leon:

    Bom vê-lo aqui conosco novamente e obrigada pela participação. Vai aí um comentário sobre sua fala.

    "O mesmo deveria acontecer com a homofobia, mas por questões culturais as pessoas ainda vêem opção sexual como uma questão de doença ou desvio".

    Oi Leon: sobre o que disse acima, há ainda muitas pessoas que se referem à homossexualidade como desvio no sentido de doença, como você bem pontuou.

    Isso pode ter duas origens: a primeira, porque até a década de 70 a homossexualidade era considerada doença mental pela APA e até 17 de maio de 1990 pela OMS; em segundo lugar, porque na psicanálise Freud usa o termo "desvio" para dizer que o objeto sexual de um homossexual é uma pessoa do mesmo sexo, ao invés de uma do sexo oposto e por isso a palavra "desvio" é utilizada: é um outro caminho possível para a pulsão sexual (ou investimento pulsional).

    Entretanto, o que muitas pessoas ainda não percebem é que "desvio" na obra freudiana é diferente do sentido de desvio que utilizamos cotidianamente.

    Desvio para Freud é o investimento pulsional em uma pessoa do mesmo sexo.

    No senso comum, quando falamos "desvio" para designar uma pessoa, estamos dizendo que houve afastamento de um linha de conduta, de regras, etc (Dicionário Aurélio).

    Inclusive, nos Três Ensaios sobre Sexualidade, Freud deixa claro que a homossexualidade, na perspectiva psicanalítica, não é uma doença, não é algo anormal. Pelo contrário, trata-se de algo concebível no comportamento humano.

    ResponderExcluir